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#EscoteirasdoRio: Conheça as histórias de três mulheres inspiradoras no Movimento Escoteiro

11 de março de 2022

O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, é o momento para lembrarmos a luta pela equidade de gênero, uma celebração das conquistas políticas sociais e econômicas das mulheres ao longo dos anos.

 

Uma data importantíssima e uma luta que está longe do fim! Lançamos o #EscoteirasdoRio com o intuito de ouvirmos e conhecermos, ao longo da semana do dia 08/03, três personalidades femininas com histórias diferentes, muitos depoimentos e vivências.

 

Conheçam Sayuri Costa, comunicadora dos Jovens Líderes, Jaqueline Queiroz, Coordenadora da Coordenação de Ações Sociais e Fabiana Brito, funcionária de Voluntariado do Escritório Regional.

Sayuri Costa, 51º RJ GE do Ar 14 Bis, comunicadora dos Jovens Líderes do estado do Rio de Janeiro e Assistente de Chefia da Tropa Escoteira.

Entrou no Movimento Escoteiro aos 16 anos, sempre esteve conectada a diversos jovens e participava de assembleias, reuniões e encontros, pois se sentia inspirada pelo empoderamento juvenil e queria fazer parte o quanto antes.

 

Ingressei no Movimento Escoteiro há seis anos , atualmente, estou como Assistente de Chefia da Tropa Escoteira do Ramo Pioneiro.

Quando entrei no Movimento Escoteiro estava com 16 anos, então foi um pulo para entrar no Ramo Pioneiro, onde tive o primeiro contato com os Jovens Líderes. Sempre me interessou fazer parte dessa Rede, pois todo pioneiro é um jovem líder, mas nem todo jovem líder é um pioneiro.

Duas amigas, que me inspiram muito, faziam parte dos Jovens Líderes, estive conectada com diversas pessoas que estavam no grupo e isso foi, cada vez mais, me deixando inspirada a estar junto também. Corri atrás de estar presente nas assembleias, reuniões e encontros.

Além disso, fiz parte da Comissão Interclãs RJ- CICRJ, como vice-presidente, e fui candidata ao Núcleo dos Jovens Líderes, ganhando com 100% de aprovação. Hoje, fico muito feliz em ser comunicadora dos Jovens Líderes, estou junto com a Leticia Porto e somos as únicas garotas na equipe, é muito bom termos a nossa representatividade feminina, pois faz com que nossa atuação em certas áreas seja mais eficaz e de rápida compreensão.

A Rede Jovens Líderes é um ambiente harmonizado e respeitoso. Temos espaço para nos expressarmos e cooperarmos. Agradeço de estarmos juntos nesse mandato, o trabalho em equipe é excelente.

Na minha vida pessoal e no Escotismo não posso desconsiderar minha mãe que é Chefe de Alcateia, ingressou no Movimento Escoteiro por minha causa e, até os dias de hoje, possui uma disposição enorme para continuar aprendendo.

Minha primeira inspiração foi a minha chefe e diretora a Letícia Lyra, do 77 RJ GE Uirapurú, mãe, Chefe Escoteira e Diretora de Grupo. Ter uma diretora de grupo tão forte e capaz, foi excelente! A partir dela que continuei dentro do Ramo Sênior, virei pioneira e entrei para a SIC.

Além da minha atual Diretora de Grupo, Chefe Tereza Sandes do 51 RJ GE do Ar 14 Bis, avó e mãe. Extremamente forte, dedicada e equilibrando a vida pessoal com o grupo. Não tínhamos sede, fazíamos atividades ao ar livre, Tereza com sua força de vontade não deixou o grupo esvaziar ou muito menos deixar os jovens saírem do movimento.

E com toda certeza, Agnes Baden Powell, por ser um marco simbólico dentro do Movimento Bandeirante, ajudou demasiadamente no Movimento de Escoteiro, reformando a ideologia machista e simplória de que as mulheres são menos capazes do que os homens.

Para as gerações futuras: Não deixem nada ou ninguém dizer que você não é capaz ou não pode fazer por conta do seu gênero, raça ou aparência. Não deixem o mundo dizer se você é capaz ou não.

Sou caloura da UFRJ, trabalho, sou Assistente de Chefia Escoteira e cuido da minha saúde. Tudo é possível. Basta querer, ter dedicação, empenho e esforço. Todas nós conseguimos e a nossa geração precisa acreditar

Jaqueline Queiroz, 75º RJ GE do do Ar Baden-Powell, líder de mobilização S.O.S Petrópolis e Coordenadora da Coordenação de Ações Sociais.

Sempre esteve conectada com as pautas sociais em sua vida pessoal e trouxe essa vocação para o escotismo. Foi convidada para ser Coordenadora de Ações Sociais.

Estou no  Movimento Escoteiro há 15 anos e, em minha vida pessoal, sempre trabalhei com ações sociais e gosto muito desse ambiente, sendo assim, a Diretoria Regional me convidou a integrar a Coordenação de Ações Sociais, como coordenadora.

Conheço diversas mulheres companheiras no escotismo que poderiam somar comigo nessa missão, pois quando pensamos junto, o desenvolvimento é maior. Convoquei a Isa Oliveira, 88 RJ GE Atol das Rocas, e Claudia Cardoso, do 148 RJ GE do Ar Álvaro Reis, desde então, conduzimos essa coordenação de forma muito amigável e parceira.

Sempre com o nosso maior objetivo: Ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião. Trabalhamos muito nos momentos mais difíceis da crise de Covid-19, nos colocando à disposição de auxiliar os que estivessem em situação de vulnerabilidade social e emocional. Toneladas de alimentos foram arrecadadas, mais de 180 cestas básicas entregues para 680 famílias. Além de 98 bolsas de sangue doadas.

O Movimento S.O. S Petrópolis surgiu com o intuito de auxiliar os moradores da cidade que foi atingida por fortes chuvas, arrecadando alimentos não perecíveis, água potável e materiais de higiene e limpeza. Começamos a entrar em contato com os Chefes das Unidades Escoteiras Locais do município, além de recebermos o apoio dos embaixadores distritais.

Se formou uma corrente gigantesca de solidariedade, todos prontificados em ajudar e muita procura por nós, da Coordenação de Ações Sociais, sobre como se tornar um local de arrecadação e como poder auxiliar ainda mais.

Foi lindo presenciar tantas Unidades Escoteiras se tornando postos de coleta e se entregando para a causa. A Coordenação é majoritariamente feminina. Fez-se alguma diferença? Não sei dizer, mas talvez tenha feito, pois além de sermos muito bem organizados, somos coração. A coisa boa da mulher é que ao mesmo tempo somos organizadas, realistas, pé no chão, também conseguimos agir com o coração.

A força feminina foi crucial, muito importante!

Eu tenho uma mulher que sempre me inspirou a andar no caminho correto que foi a minha avó, aprendi o que era o amor e como ser uma mulher digna, fraterna, bondosa e feliz.

A Chefe Marlene Carvalho, do 32 SC GE Leões de Blumenau, e a Chefe Ana Baumgratz, do 72 MG GE Liz do Amanhã, são duas inspirações para mim dentro do Movimento Escoteiro. Ambas me ensinam demais.

O que eu quero para o futuro é um mundo onde as mulheres sejam respeitadas, que ganhem mais espaço para atuar como verdadeiras líderes, infelizmente, até hoje existe o preconceito velado com relação às mulheres. O meu desejo é que todas as mulheres possam ajudar a fazer um mundo melhor.

Fabiana Brito, do 41º RJ GE Redentor, é funcionária de Voluntariado do Escritório Regional e Chefe de Tropa Sênior.

Segundo ela, o Movimento Escoteiro a salvou. A voluntária diz que o escotismo auxiliou em sua formação como cidadã.

Entrei pela primeira vez aos 15 anos, sem muita vontade, depois de três tentativas por parte e insistência da minha mãe, fui ao primeiro encontro do grupo. Comecei frequentando o 20 RJ GE Velho Lobo e, aos poucos, o movimento me conquistou, além de que fui extremamente bem acolhida por todos os integrantes e adotada pelo grupo.

Durante esse período, fui guia estagiária de alcateia, e permaneci com eles até os meus 23 anos como Chefe de Tropa Sênior, mas precisei sair por conta do meu trabalho da época que me demandava demais.

Lembro que montava a atividade para minha patrulha, mas na hora de aplicar precisava passar para os assistentes, pois surgia uma situação no trabalho. Ficava só pensando neles e em como deveriam estar executando as dinâmicas, era penoso para mim quando tinha acampamento aos finais de semana. Eles estavam lá acampando e eu trabalhando.

Então precisei fazer uma pausa que se estendeu até o momento que levei os meus filhos para o escotismo. Retornei dessa vez apenas como mãe, sou mãe de gêmeos, e assim que completaram seis anos e meio, procurei um grupo escoteiro próximo a minha casa, sendo assim, o 41 RJ GE Redentor,  foi local escolhido para retornar com minhas crias.

Eu já estava querendo voltar de alguma forma, com o tempo fui me integrando ao grupo e quando vi já estava participando novamente, atuei como Assistente de Tropa, no Ramo Lobinho, e hoje já estou, aproximadamente há um ano, como Chefe de Tropa Sênior.

Vários. Lembro-me do Encontro de Escoteiros do Mar no Rio Grande do Sul, ainda estava no 20 RJ GE Velho Lobo, foi a primeira vez que eu saí do Rio de Janeiro. Foi com o Movimento Escoteiro, é algo que eu tenho marcado em minha vida, que só depois de adulta fui entender o que aconteceu naquela época e o que fizeram por mim.

O grupo simplesmente me acolheu. Aderiram o lema “A Fabiana vai sim!” e criaram esforços para que eu pudesse participar dessa viagem. Fui para o Rio Grande do Sul sem pagar um real. Conseguiram mochila, me emprestaram tudo para que pudesse ir ao acampamento.

O Chefe Antônio Boulanger, no embarque do ônibus, me entregou um pequeno envelope e disse “Isso é para você comprar suas coisas e tudo que precisar”.

Lembro que com a minha pouca idade (entre 15 anos -16 anos), fiquei maravilhada, nunca tinha recebido dinheiro de ninguém e sempre trabalhei, sempre corri atrás e do nada alguém te dá dinheiro, para você gastar por livre e espontânea vontade.

Naquela época, eu não compreendi esse gesto, como hoje eu compreendo. Hoje, anos depois, olho para esse momento como algo extremamente acolhedor, um gesto de carinho, zelo e atenção.

A realidade é que o Movimento Escoteiro me salvou. Fui criada solta em uma comunidade, conheci diversas realidades impróprias, nunca participei devido a criação rígida da minha mãe, mas eu poderia ter virado aquelas meninas. Poderia ter sido mãe na adolescência, poderia ter parado de estudar ou ido para caminhos errados. O escotismo me tirou do meio que vivia e me auxiliou com a minha formação cidadã.

Poderia ser mais uma na estatística. Não fui, fui acolhida pelos Escoteiros e meu mundo se transformou. No Rio Grande do Sul, nesse evento que comentei, era conhecida como a “Carioquinha”. Muita fraternidade e carinho.

A Chefe Carla Beurlen, do antigo 20º GE do Mar, Velho Lobo, fez algo que nunca esquecerei. Quando era adolescente ainda, todos visitavam a casa um dos outros após as atividades do grupo escoteiro ou até antes, mas eu tinha muita vergonha do meu lar. Muita mesmo. Não convidava ninguém para minha moradia.

A Carla não quis saber, insistiu para conhecer minha casa a todo custo, lembro-me de arrumar o que dava e me preparar para recebê-la. Foi tudo tão carinhoso, ela chegou de coração aberto, sem nenhum tipo de julgamento. Ela me ganhou por completo.

Além de outras coisas que ela fez por mim, como por exemplo, eu não tinha telefone e o grupo não conseguia falar comigo, a tropa se reuniu e me deu um pager. A tropa fez uma arrecadação para comprar o dispositivo e mantê-lo mensalmente. Assim eles podiam se comunicar comigo e eu conseguia participar ativamente.

Chefe Fida Mohamed, do 32º RJ GE Marques de Olinda, é um exemplo de inspiração para todo o Ramo Lobinho, contava como fazia a introdução da criança, se fantasia, doava a vida. Uma senhorinha de cabeça branca, sabe? Caracterizava-se para falar de contos e em uma gruta! Demais.

Jaqueline Queiroz, da Coordenação de Ações Sociais é muito inspiradora também! Promete e faz acontecer!

O Movimento Escoteiro me acolheu quando adolescente, acolheu minha mãe solteira e doméstica que, naquele momento, não tinha condições algumas de me manter no escotismo. E o grupo simplesmente me acolheu, pretendo passar isso para os jovens. Todas as mulheres merecem ser bem-vindas.

Viva as lobinhas, escoteiras, guias, chefes, voluntárias, e todas as mulheres que fazem a diferença no Movimento Escoteiro. Sempre Alerta!

 
Escoteiros do Brasil - Educação e lazer para crianças e jovens