
Escoteiros da Ilha participam da 9ª Caminhada pela Conscientização do Autismo
16 de abril de 2025O Evento contou com a presença dos Grupos Escoteiros da Ilha e do Clube de Desbravadores
Por Xyko Ferreira
13 de abril de 2025
Ilha do Governador, Rio de Janeiro – A ensolarada manhã deste domingo (13) foi marcada por um importante ato de cidadania e inclusão na Praia da Bica, na Ilha do Governador. A 9ª Caminhada pela Conscientização do Autismo reuniu centenas de pessoas em um percurso de 2 km, com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e reivindicar políticas públicas eficazes para garantir os direitos e a inclusão plena das pessoas autistas.
Organizado pelo Grupo Compartilha, uma organização sem fins lucrativos que desde 2014 oferece suporte a pais e familiares de crianças com autismo, o evento teve início às 9 horas, partindo da Biquinha da Praia da Bica. A caminhada contou com a participação ativa de familiares, amigos, apoiadores da causa e representantes de autoridades locais, todos unidos por um objetivo comum: dar visibilidade às necessidades e aos direitos da comunidade autista.

Os Grupos Escoteiros participaram com orgulho da 9ª Caminhada Compartilha, reafirmando o seu compromisso com o respeito, a inclusão e a empatia.
“Foi lindo ver o engajamento da nossa comunidade, com a participação dos Grupos Escoteiros do 4º Distrito e também dos Desbravadores, todos unidos por uma causa tão importante, um evento de amor, inclusão e conscientização sobre o autismo!” Declarou a dirigente Fabrízia Kawase, do 63º Grupo Escoteiro Potiguara.
O tema central desta edição, “Eles continuam crescendo – o que foi feito?”, ecoou com força entre os participantes. A escolha do tema, que já havia sido utilizado na edição anterior, reflete uma persistente preocupação com a continuidade do suporte e dos serviços para as pessoas com TEA à medida que envelhecem.
Bruno Carvalho, presidente do Grupo Compartilha, expressou a urgência da questão: “Esse ano estamos questionando o que foi feito. Pois são anos de luta pedindo centros de atendimentos, atendimentos especializados, mas infelizmente param quando completam 18 anos e não iniciam, pois já são maiores de idade. E os jovens e adultos com TEA ficam privados a qualquer tipo de terapias.” A fala de Carvalho ressalta uma lacuna crucial no sistema de apoio, onde muitos indivíduos com TEA perdem acesso a terapias e acompanhamento especializado ao atingirem a maioridade, comprometendo seu desenvolvimento e bem-estar.
A caminhada se tornou um espaço de diálogo e reivindicação, onde as famílias puderam compartilhar suas experiências e a urgência por ações concretas por parte do poder público. A demanda por centros de atendimento especializados e a garantia da continuidade do suporte terapêutico em todas as fases da vida foram os principais pontos levantados.

Em entrevista, Rafael Parreira, Diretor Presidente do 57º Grupo Escoteiro do Ar Lemos Cunha disse que “Mais do que uma caminhada, foi um momento de união, aprendizado e apoio às pessoas autistas e suas famílias. Acreditamos que conhecer, acolher e respeitar as diferenças é fundamental para construirmos uma sociedade mais justa e solidária. O escotismo é isso: servir, acolher e caminhar lado a lado!”
O Grupo Compartilha, idealizador do evento, desempenha um papel fundamental na promoção da conscientização sobre o autismo e no apoio às famílias. Através de suas ações, a organização busca criar uma rede de suporte e troca de experiências, fortalecendo a comunidade e impulsionando a luta por direitos. A Caminhada do Autismo se consolida como um dos principais eventos do calendário da Ilha do Governador, proporcionando um momento de união e reflexão sobre a importância da inclusão e do respeito às neurodiversidades.
Entenda o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento resultante de alterações físicas e funcionais do cérebro. Caracteriza-se por desafios nas áreas da comunicação, interação social e padrões de comportamento restritos e repetitivos. Os primeiros sinais do TEA podem ser observados nos primeiros meses de vida do bebê, afetando o desenvolvimento motor, da linguagem e comportamental. A conscientização sobre o TEA é fundamental para garantir o diagnóstico precoce, o acesso a intervenções adequadas e a construção de uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para as pessoas com autismo e suas famílias.
A 9ª Caminhada pela Conscientização do Autismo na Praia da Bica reforça a importância de manter o debate vivo e pressionar por avanços significativos nas políticas públicas, assegurando que as pessoas com TEA tenham seus direitos garantidos em todas as fases da vida e possam alcançar seu pleno potencial. A mobilização da comunidade e a voz uníssona dos participantes ecoam um chamado por mais atenção, respeito e oportunidades para a população autista.